Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032

Palavras-chave:

Instituições de controle, Accountability horizontal, Corrupção

Resumo

As instituições de controle desempenham um papel fundamental nas democracias contemporâneas, pois visam atribuir responsabilidade aos agentes públicos e, assim, mitigar os efeitos da corrupção. Elas fazem parte de uma rede complexa de accountability horizontal, na qual os órgãos envolvidos têm o dever legal de examinar as decisões dos gestores públicos e sujeitá-las a controle institucional e social. Neste estudo, buscou-se compreender a atuação dessas agências no combate à corrupção no contexto latino-americano, verificando a influência de fatores que levam alguns países a apresentar altos índices de corrupção. Para isso, foram analisados o papel e a capacidade preditiva das instituições responsáveis por coibir a má utilização dos recursos públicos. Dentre as variáveis utilizadas no modelo, destacaram-se os proxies do sistema de investigação criminal, da qualidade regulatória e da autonomia das auditorias de controle externo. Essas instituições mostraram uma correlação significativa com a percepção de corrupção na América Latina.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Duilia Dalyana Ribeiro Santos da Nóbrega, Universidade Federal de Pernambuco

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política.

Referências

ACKERMAN, R. S. The economics of corruption: an essay in political economy. New York: Academic Press, 1978.

ADES, A.; DI TELLA, R. Rents, competition, and corruption. American Economic Review, v. 89, n. 4, p. 982-993, 1999.

AMERICAS QUARTERLY. Nova York: Americas Society. Council of the Americas, 2020, v. 14, n. 2, p. 36-45.

AVRITZER, L.; FILGUEIRAS, F. Corrupção e controles democráticos no Brasil. Texto para Discussão. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2011. n. 1550.

BIASON, R. C. Questão Conceitual: o que é corrupção? In: BIASON, R. C. (Org.) Temas de Corrupção Política. São Paulo: Balão Editorial, 2018.

FILGUEIRAS, F. Corrupção, democracia e legitimidade. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2008.

GEDDES, A. H.; RIBEIRO-NETO, B. A. O algoritmo. In: GEDDES, A. H.; RIBEIRO-NETO, B. A. O algoritmo PageRank. Rio de Janeiro: Alta Books, 2000. 318 p.

HUNTINGTON, S. P. A ordem política nas sociedades em mudança. São Paulo: Edusp. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1975.

KLITGAARD, R. Controlling Corruption. Berkeley: University of California Press, 1988.

KRUEGER, A. O. The political economy of rent-seeking. American Economic Review, v. 64, 1974.

LA PORTA, R. et al. The quality of government. Journal of Law, Economics, and Organization, v. 15, n. 1, p. 222-279, 1999.

MARANI, S. C. Z. et al. Os Sentidos da Pesquisa sobre Corrupção. Revista de Administração Pública, v. 52, n. 4, p. 712-730, 2018.

MARINO, P. de B. L. P. et al. Indicadores de governança mundial e sua relação com os indicadores socioeconômicos dos países do Brics. Revista de Administração Pública, v. 50, n. 5, p. 721–744, 2016. DOI: 10.1590/0034-7612144359.

MBAKU, J. M. Bureaucratic Corruption in Africa: The Futility of Cleanups. Cato Journal, v. 16, n. 1, p. 99-118, 1996.

MELO, C. A. V. Alta Corrupção Como Resposta a Baixos Níveis de Accountability. 2003, 185 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Políticas) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

MELO, C.A. V. Corrupção e políticas públicas: Uma análise empírica dos municípios brasileiros. 2010. Tese (Doutorado em Ciência Política), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2010.

MELO, M. A. O viés majoritário na política comparada: responsabilização, desenho institucional e qualidade democrática. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 22, n. 63, 2007.

MELO, M. A. O Controle Externo na América Latina. [S. l.]: Instituto Fernando Henrique Cardoso, maio 2008.

MENEZES, M. Controle Externo América Latina. Revista Debates, v. 10, n. 1, p. 141-160, 2016.

MOISÉS, J. Á. A corrupção afeta a qualidade da democracia? Em Debate, v. 2, n. 5, p. 27-37, 2010.

MORENO, E.; CRISP, B.; SHUGART, M. The Accountability Deficit in Latin America. In: MAINWARING, S.; WELNA, C. (ed.). Democratic Accountability in Latin America. Oxford: Oxford University Press, 2003. p. 79-131.

NORTH, D. C. Instituições, mudança institucional e desempenho econômico. Tradução: Alexandre Morales. São Paulo: Três Estrelas, 2018.

O’DONNELL, G. Accountability horizontal e novas poliarquias. Lua Nova, São Paulo, n. 44, p. 27-52, 1998.

OLIVIERI, C. A atuação dos controles interno e externo ao executivo como condicionante da execução de investimento em infraestrutura no Brasil. Brasília; Rio de Janeiro: Ipea 2016.

PEREIRA C, M. B. Comportamento estratégico em presidencialismo de coalizão: as relações entre Executivo e Legislativo no Presidencialismo brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, v. 45, n. 2, p. 265-301, 2002.

PÉREZ-LIÑÁN, A. Presidential Impeachment and the New Political Instability in Latin America. Cambridge University Press: New York, 2007.

PÉREZ-LIÑÁN, A. Impeachment or Backsliding? Threats to democracy in the twenty-first century. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, n. 98, 2018.

PRZEWORSKI, A.; STOKES, S. C.; MANIN, B. Democracy, accountability and representation. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

SANTISO, C. Olhos bem Fechados? A política das agências de auditoria autônomas em economias emergentes, Buenos Aires, Argentina: CIPPEC, 2007.

SIMON, R.; AALBERS, G. The capacity to combat corruption (CCC) index. Assessing Latin America’s ability to detect, punish and prevent corruption amid covid-19. [S. l.]: Americas Society/Council of the Americas, 2019. Disponível em: https://www.americasquarterly.org/wp-content/uploads/2020/06/2020_CCC_Report.pdf. Acesso em: 25 jan. 2022.

SPECK, B. Inovação e rotina no Tribunal de Contas da União. São Paulo: Konrad Adenauer, 2000.

TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL BRASIL. Índice de Percepção da Corrupção (IPC). 2018. Disponível em: https://ipc2018.transparenciainternacional.org.br/. Acesso em: 10 dez. 2022.

TREISMAN, D. The causes of corruption: A cross-national study. Journal of Public Economics, v. 76, n. 3, p. 399-457, 2000.

TSEBELIS, G. Nested Games: The Cohesion of French Coalitions. British Journal of Political Science, v. 18, n. 2, p. 145-170, April 1988.

TULLOCK, G. The welfare costs of tariffs, monopolies, and theft. Western Economic Journal, n. 5, 1967.

VAN RIJCKEGHEM, C.; WEDER, B. Sources of contagion: is it finance or trade? Journal on International Economics, v. 54, p. 293–308, 2001.

WORLD BANK. Helping countries combat corruption: The role of the World Bank. Washington, D.C.: BIRD, September 2000.

Publicado

13/07/2023

Como Citar

NÓBREGA, D. D. R. S. da. Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção. Teoria & Pesquisa Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, p. e023002, 2023. DOI: 10.31068/tp.v32i00.1032. Disponível em: https://www.teoriaepesquisa.ufscar.br/index.php/tp/article/view/1032. Acesso em: 13 maio. 2024.

Métricas