É PROIBIDO PROIBIR?

Proibição do financiamento corporativo de campanha e competição eleitoral no Brasil.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31068/tp.30303

Palavras-chave:

Financiamento de Campanhas, Mudança Institucional, Competição Eleitoral, Eleições Municipais, Legislação Eleitoral.

Resumo

A proibição do financiamento de campanha tornou as eleições mais competitivas? Na literatura, as reformas do sistema de financiamento de campanhas são um tema altamente controverso. Neste texto, testamos a hipótese de que a eleição pós-proibição é significativamente mais competitiva que a anterior. Trabalhamos com os dados para prefeituras municipais em 2012 e 2016. Utilizamos análise descritiva, análise de cluster e regressão linear com dados de painel. Os resultados indicam: (1) estabilidade do nível de competição eleitoral no período pós-proibição; (2) aumento do efeito positivo da concentração da receita sobre a concentração de votos; (3) independência desses resultados em relação ao tamanho dos municípios e (4) reforço deles pelo estabelecimento do teto de gastos de campanha.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abramowitz, Alan I. 1989. Campaign spending in US Senate elections. Legislative Studies Quarterly, p. 487-507.

Abramowitz, Alan I.; Alexander, Brad; Gunning, Matthew. 2006. Incumbency, redistricting, and the decline of competition in US House elections. The Journal of politics, v. 68, n. 1, p. 75-88.

Abramowitz, Alan I. 1991. Incumbency, campaign spending, and the decline of competition in US House elections. The Journal of Politics, v. 53, n. 1, p. 34-56.

Agresti, Alan. 2003. Categorical data analysis. John Wiley & Sons.

Aldenderfer, Mark S.; Blashfield, Roger K. 1984. A review of clustering methods. Cluster analysis, p. 33-61.

Ames, Barry. 2003. Os entraves da democracia no Brasil. FGV Editora.

Avelino, George; Biderman, Ciro; Barone, Leonardo S. 2012. Articulations internes des partis et performance électorale au Brésil. Dados, v. 55, n. 4, p. 987-1013.

Avis, Eric et al. 2017. Money and politics: The effects of campaign spending limits on political competition and incumbency advantage. National Bureau of Economic Research.

Barakso, Maryann; Sabet, Daniel M.; Schaffner, Brian. 2013. Understanding Political Science Research Methods: The Challenge of Inference. Routledge.

Bourdoukan, Adla Youssef. O bolso e a urna: financiamento político em perspectiva comparada. 2009. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

Brasil. Lei no 9.504/97, no 9504 (1997). Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9504.htm>.

Brasil. Lei No 12.034, de 29 de setembro de 2009, no 12034 (2009). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12034.htm>.

Bronars, Stephen G.; Lott, JR, John R. 1997. Do campaign donations alter how a politician votes? Or, do donors support candidates who value the same things that they do?. The Journal of Law and Economics, v. 40, n. 2, p. 317-350.

Speck, Bruno Wilhelm. 2005. Reagir a escândalos ou perseguir ideais? a regulação do financiamento político no brasil25.

Speck, Bruno W.; Brasiliense, José Mario. 2013. O desempenho de candidatos, partidos e coalizões nas eleições municipais de 2012. Cadernos Adenauer, n. 2.

Speck, Bruno Wilhelm; Mancuso, Wagner Pralon. 2013. O que faz a diferença? Gastos de campanha, capital político, sexo e contexto municipal nas eleições para prefeito em 2012. Cadernos Adenauer, v. 14, n. 2, p. 109-126.

Cameron, A. Colin; Trivedi, Pravin K. 1990. Regression-based tests for overdispersion in the Poisson model. Journal of econometrics, v. 46, n. 3, p. 347-364.

Cameron, A. Colin; Trivedi, Pravin K. 2001. Essentials of count data regression. A companion to theoretical econometrics, v. 331.

Cameron, A. Colin; Trivedi, Pravin K. 2013. Regression analysis of count data. Cambridge university press.

Caramani, Daniele. 2003. The end of silent elections: the birth of electoral competition, 1832-1915. Party Politics, v. 9, n. 4, p. 411-443.

Cervi, Emerson Urizzi. 2010. Financiamento de campanhas e desempenho eleitoral no Brasil: análise das contribuições de pessoas físicas, jurídicas e partidos políticos à s eleições de 2008 nas capitais de Estado. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 4, p. 135-167.

Cervi, Emerson Urizzi et al. 2015. Dinheiro, profissão e partido: a vitória na eleição para deputado federal no Brasil em 2010. Sociedade e Estado, v. 30, p. 189-205.

Chen, Lanhee J.; Reeves, Andrew. 2011. Turning out the base or appealing to the periphery? An analysis of county-level candidate appearances in the 2008 presidential campaign. American Politics Research, v. 39, n. 3, p. 534-556.

Coate, Stephen. 2004. Political competition with campaign contributions and informative advertising. Journal of the European Economic Association, v. 2, n. 5, p. 772-804.

Team, R. Core. 2021. R: A language and environment for statistical computing (Version 4.0. 5)[Computer software]. R Foundation for Statistical Computing. Disponível em: <https://www.R-project.org/>.

Coxe, Stefany; West, Stephen G.; Aiken, Leona S. 2009. The analysis of count data: A gentle introduction to Poisson regression and its alternatives. Journal of personality assessment, v. 91, n. 2, p. 121-136.

Daniel, Kermit; Lott, John R. 1997. Term limits and electoral competitiveness: Evidence from California’s state legislative races. In: Constitutional Political Economy in a Public Choice Perspective. Springer, Dordrecht, p. 165-184.

Daniel, Kermit; Lott, John R. 1997. Term limits and electoral competitiveness: Evidence from California’s state legislative races. In: Constitutional Political Economy in a Public Choice Perspective. Springer, Dordrecht, p. 165-184.

Falguera, Elin; Jones, Samuel; Ohman, Magnus (Ed.). 2015. Funding of political parties and election campaigns: a handbook on political finance. Idea.

Ferejohn, John A. 1977. On the decline of competition in congressional elections. American Political Science Review, v. 71, n. 1, p. 166-176.

Fernandes, Antônio Alves Tôrres et al. 2021. Read this paper if you want to learn logistic regression. Revista de sociologia e política, v. 28.

Figueiredo Filho, Dalson Britto; Silva Júnior, José Alexandre da; Rocha, Enivaldo Carvalho da. 2012. Classificando regimes políticos utilizando análise de conglomerados. Opinião Pública, v. 18, p. 109-128.

Figueiredo Filho, Dalson Britto. O elo corporativo? Grupos de interesse, financiamento de campanha e regulação eleitoral. 2009. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

Fox, John. 2015. Applied regression analysis and generalized linear models. Sage Publications.

Gerring, John. Mere description. 2012. British Journal of Political Science, v. 42, n. 4, p. 721-746.

Glazer, Amihai; Grofman, Bernard; Robbins, Marc. 1987. Partisan and incumbency effects of 1970s congressional redistricting. American Journal of Political Science, p. 680-707.

Golosov, Grigorii V. 2010. The effective number of parties: a new approach. Party politics, v. 16, n. 2, p. 171-192.

Green, Donald Philip; Krasno, Jonathan S. 1988. Salvation for the spendthrift incumbent: Reestimating the effects of campaign spending in House elections. American Journal of Political Science, p. 884-907.

Gujarati, Damodar. 2015. Econometrics (by example second edition). China: Palgrave.

Gujarati, Damodar N.; Porter, Dawn C. 2011. Econometria básica-5. Amgh Editora.

Hair, Joseph F. et al. 2009. Análise multivariada de dados. Bookman editora.

Heiler, Jeison Giovani et al. 2011. Democracia: o jogo das incertezas x financiamento de campanhas. Uma análise das prestações de contas das campanhas de vereadores de SC.

Hennig, Christian et al. (Ed.). 2015. Handbook of cluster analysis. CRC Press.

Jacobson, Gary C. 1978. The effects of campaign spending in congressional elections. American Political Science Review, v. 72, n. 2, p. 469-491.

King, Gary. 1988. Statistical models for political science event counts: Bias in conventional procedures and evidence for the exponential Poisson regression model. American Journal of Political Science, p. 838-863.

King, Gary; Keohane, Robert O.; Verba, Sidney. 2021. Designing social inquiry: Scientific inference in qualitative research. Princeton university press.

Kreuzer, Marcus. 2019. The structure of description: Evaluating descriptive inferences and conceptualizations. Perspectives on Politics, v. 17, n. 1, p. 122-139.

Lemos, Leany Barreiro; Marcelino, Daniel; Pederiva, João Henrique. 2010. Porque dinheiro importa: a dinâmica das contribuições eleitorais para o Congresso Nacional em 2002 e 2006. Opinião pública, v. 16, p. 366-393.

Lyons, Michael; Galderisi, Peter F. 1995. Incumbency, reapportionment, and US House redistricting. Political Research Quarterly, v. 48, n. 4, p. 857-871.

Scott Long, John. 1997. Regression models for categorical and limited dependent variables. Advanced quantitative techniques in the social sciences, v. 7.

Long, J. Scott; Freese, Jeremy. 2006. Regression models for categorical dependent variables using Stata. Stata press.

Lott, J. R. 2006. Campaign Finance Reform and Electoral Competition. Public Choice, 129(3/4), 263–300.

Lott Jr., J. R. 1987. The effect of nontransferable property rights on the efficiency of political markets: Some evidence. Journal of Public Economics, 32(2), 231–246.

Mancuso, Wagner Pralon. 2015. Investimento eleitoral no Brasil: balanço da literatura (2001–2012) e agenda de pesquisa. Revista de Sociologia e Política, v. 23, p. 155-183.

Mancuso, Wagner Pralon et al. 2016. Corporate Dependence in Brazil's 2010 Elections for Federal Deputy. Brazilian Political Science Review, v. 10.

Marenco, André. 2010. Quando leis não produzem os resultados esperados: financiamento eleitoral em perspectiva comparada. Dados, v. 53, p. 821-853.

Mayhew, David R. 1974. Congressional elections: The case of the vanishing marginals. Polity, v. 6, n. 3, p. 295-317.

Meireles, Fernando; Silva, Denisson; Costa, Beatriz. 2016. ElectionsBR: R functions to download and clean Brazilian electoral data. Cited on, p. 3.

Milligan, Kevin; Rekkas, Marie. 2008. Campaign spending limits, incumbent spending, and election outcomes. Canadian Journal of Economics/Revue canadienne d'économique, v. 41, n. 4, p. 1351-1374.

Nicolau, Jairo. 2006. O sistema eleitoral de lista aberta no Brasil.vDados, v. 49, p. 689-720.

Palda, K. Filip; Palda, Kristian S. 1985. Ceilings on campaign spending: Hypothesis and partial test with Canadian data. Public Choice, p. 313-331.

Paranhos, Ranulfo et al. 2013. Gastos e votos nas eleições 2012: o caso dos candidatos a prefeito das capitais brasileiras. E-Legis–Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação da Câmara dos Deputados, v. 6, n. 11, p. 29-43.

Pastine, Ivan; Pastine, Tuvana. 2010. Politician preferences, law-abiding lobbyists and caps on political contributions. Public Choice, v. 145, n. 1, p. 81-101.

Pastine, Ivan; Pastine, Tuvana. 2012. Incumbency advantage and political campaign spending limits. Journal of Public Economics, v. 96, n. 1-2, p. 20-32.

Peixoto, Vitor; Goulart, Nelson Luis Motta. 2014. Evolução da competição eleitoral municipal no Brasil (1996 a 2012). Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, v. 23, n. 2.

Pereira, Carlos; Rennó, Lucio. 2001. O que é que o reeleito tem? Dinâmicas político-institucionais locais e nacionais nas eleições de 1998 para a Câmara dos Deputados. Dados, v. 44, p. 133-172.

Prat, Andrea. 2006. RATIONAL VOTERS AND POLITICAL. The Oxford Handbook of Political Economy, v. 7, p. 50.

Ramalho, Renan. 2015. Supremo proíbe doação de empresas para campanhas eleitorais. G1, Brasília, v. 17.

Rebello, Maurício Michel; Giora, Gustavo; Scapini, Marina. 2016. Dinheiro realmente importa? Uma análise do financiamento de campanha nas eleições para a ALERGS em 2014. Revista Debates, v. 10, n. 3, p. 169-188.

Sacchet, Teresa; Speck, Bruno Wilhelm. 2012. Financiamento eleitoral, representação política e gênero: uma análise das eleições de 2006. Opinião pública, v. 18, p. 177-197.

Samuels, David. 2001. Incumbents and challengers on a level playing field: assessing the impact of campaign finance in Brazil. Journal of Politics, v. 63, n. 2, p. 569-584.

Samuels, David J. 2002. Pork barreling is not credit claiming or advertising: Campaign finance and the sources of the personal vote in Brazil. The journal of Politics, v. 64, n. 3, p. 845-863.

Santos, Manoel Leonardo et al. 2015. Financiamento de campanha e apoio parlamentar à Agenda Legislativa da Indústria na Câmara dos Deputados. Opinião Pública, v. 21, p. 33-59.

Silva, Bruno Fernando da; Cervi, Emerson Urizzi. 2017. Padrões de financiamento eleitoral no Brasil: as receitas de postulantes à Câmara dos Deputados em 2010 e 2014. Revista Brasileira de Ciência Política, p. 75-110.

Silva, Glauco Peres da. 2017. Mesmas instituições, mesmos resultados? Comparando o efeito da competição eleitoral sobre os níveis de concentração de votos1. Opinião Pública, v. 23, p. 682-713.

Silva Junior, José Alexandre da et al. 2020. The Presence of Incumbents Electoral Competition and Reelection in Brazil (1990-2014). Brazilian Political Science Review, v. 14.

Smith, Bradley A. 1995. Campaign finance regulation: faulty assumptions and undemocratic consequences. Cato Institute.

Speck, Bruno Wilhelm. 2006. O financiamento de campanhas eleitorais. Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte: Ed. UFMG: PNUD, p. 153-158.

Speck, Bruno W. 2011. Objetivos e estratégias do setor privado no financiamento das campanhas eleitorais: um modelo de análise baseado em dados da campanha eleitoral no Brasil em 2010. In: Conferência IPSA-ECPR “Whatever Happened to North-South.

Speck, Bruno Wilhelm. 2015. Recursos, partidos e eleições: o papel do financiamento privado, do Fundo Partidário e do horário gratuito na competição política no Brasil. Sistema Político Brasileiro: Uma Introdução. 3a ed. Rio de Janeiro, Fundação Konrad Adenauer, p. 247-270.

Speck, Bruno; Marciano, João Luiz. 2015. O perfil da Câmara dos Deputados pela ótica do financiamento privado das campanhas. Legislativo Pós-1988. Reflexões e perspectivas. Brasília, Câmara dos Deputados: Edições Câmara, p. 267-292.

Speck, Bruno Wilhelm; Cervi, Emerson Urizzi. 2016. Dinheiro, tempo e memória eleitoral: os mecanismos que levam ao voto nas eleições para prefeito em 2012. Dados, v. 59, p. 53-90.

Speck, Bruno Wilhelm; Mancuso, Wagner Pralon. 2014. A study on the impact of campaign finance, political capital and gender on electoral performance. Brazilian Political Science Review, v. 8, p. 34-57.

Stock, James H.; Watson, Mark W.; Larrión, Raúl Sánchez. 2012. Introducción a la Econometría.

Stock, James H.; Watson, Mark W. 2020. Introduction to econometrics 4th ed.

Stratmann, Thomas; Aparicio-Castillo, Francisco J. 2007. Campaign finance reform and electoral competition: Comment. Public Choice, v. 133, n. 1, p. 107-110.

Stratmann, Thomas et al. 2006. Competition policy for elections: Do campaign contribution limits matter?. Public Choice, v. 127, n. 1, p. 177-206.

Tufte, Edward R. 1973. The relationship between seats and votes in two-party systems. American Political Science Review, v. 67, n. 2, p. 540-554.

Wittman, Donald. 2007. Candidate quality, pressure group endorsements and the nature of political advertising. European Journal of Political Economy, v. 23, n. 2, p. 360-378.

Zovatto, Daniel. 2005. Financiamento dos partidos e campanhas eleitorais na América Latina: uma análise comparada. Opinião Pública, v. 11, p. 287-336.

Downloads

Publicado

22/08/2022

Como Citar

SILVA JUNIOR, J. A.; NASCIMENTO, W. .; CALHEIROS, E.; AVELINO, B. É PROIBIDO PROIBIR? Proibição do financiamento corporativo de campanha e competição eleitoral no Brasil. Teoria & Pesquisa Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 30, n. 3, p. 39–70, 2022. DOI: 10.31068/tp.30303. Disponível em: https://www.teoriaepesquisa.ufscar.br/index.php/tp/article/view/905. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê

Métricas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)