Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. esp. 3, e023030, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32iesp.3.1041 1
CONSOLIDAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS SUL-AMERICANOS A PARTIR
DAS FRONTEIRAS E DA INTEGRAÇÃO REGIONAL
CONSOLIDACIÓN DE LOS ESTADOS NACIONALES SUDAMERICANOS SOBRE LA
BASE DE LAS FRONTERAS Y LA INTEGRACIÓN REGIONAL
CONSOLIDATION OF SOUTH AMERICAN NATION STATES BASED ON BORDERS
AND REGIONAL INTEGRATION
Miguel DHENIN1
e-mail: miguel.dhenin@gmail.com
Como referenciar este artigo:
DHENIN, M. Consolidação dos estados nacionais Sul-americanos
a partir das fronteiras e da integração regional. Teoria & Pesquisa:
Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. esp. 3, e023030,
2023. e-ISSN: 2236-0107. DOI:
https://doi.org/10.14244/tp.v32iesp.3.1041
| Submetido em: 30/04/2023
| Revisões requeridas em: 20/06/2023
| Aprovado em: 11/09/2023
| Publicado em: 20/12/2023
Editores:
Profa. Dra. Simone Diniz
Prof. Dr. Eduardo de Lima Caldas
Profa. Dra. Mércia Kaline Freitas Alves
Dr. Vinícius Silva Alves
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá AP Brasil. Professor do curso de Relações Internacionais
e do Programa de Pós-graduação em Estudos de Fronteira (PPGEF).
Consolidação dos estados nacionais Sul-americanos a partir das fronteiras e da integração regional
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. esp. 3, e023030, 2024. e-ISSN: 2236-0107
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RESUMO: Esse artigo tem como propósito principal oferecer aos leitores um panorama amplo
do processo de consolidação das fronteiras sul-americanas à luz da integração regional, desde
o começo do século XVI até os dias atuais. Para tal, mobilizamos elementos conceituais
oriundos do campo da história e da geopolítica para analisar as principais evoluções e linhas de
pensamento utilizadas durante o processo de construção da América do Sul. O argumento do
artigo é que a dinâmica regional resulta da tensão (ou dialética) entre os centros (geo)políticos
e as áreas de fronteiras, inserindo-se nos processos de consolidação interna das nações sul-
americanas. Como resultado, podemos afirmar a resistência histórica, por parte das nações do
continente sul-americano, em aprofundar politicamente o processo de integração regional,
particularmente à luz da experiência vivenciada durante a pandemia global.
PALAVRAS-CHAVE: Estado. Nação. Fronteira. Integração. América do Sul.
RESUMEN: El objetivo principal de este artículo es ofrecer a los lectores un panorama amplio
del proceso de consolidación de las fronteras sudamericanas a la luz de la integración regional,
desde principios del siglo XVI hasta la actualidad. Para ello, movilizamos elementos
conceptuales del campo de la historia y la geopolítica para analizar los principales desarrollos
y líneas de pensamiento utilizados durante el proceso de construcción de América del Sur. El
argumento del artículo es que la dinámica regional resulta de la tensión (o dialéctica) entre los
centros (geo)políticos y las zonas fronterizas, insertándose en los procesos de consolidación
interna de las naciones sudamericanas. En consecuencia, podemos afirmar la resistencia
histórica, por parte de las naciones del continente sudamericano, a profundizar políticamente
el proceso de integración regional, particularmente a la luz de la experiencia vivida durante la
pandemia mundial.
PALABRAS CLAVE: Estado. Nación. Frontera. Integración. América del Sur.
ABSTRACT: The main purpose of this paper is to offer readers a broad overview of the process
of consolidation of South American borders in the light of regional integration, from the
beginning of the 16th century to the present day. To this end, we mobilize conceptual elements
from the field of history and geopolitics to analyze the main developments and lines of thought
used during the construction process of South America. The argument of the article is that the
regional dynamics result from the tension (or dialectic) between the (geo)political centers and
the border areas, inserting itself in the processes of internal consolidation of the South
American nations. As a result, we can affirm the historical resistance, on the part of the nations
of the South American continent, in politically deepening the process of regional integration,
particularly in light of the experience lived during the global pandemic.
KEYWORDS: State. Nation. Border. Integration. South America.
Miguel DHENIN
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Introdução
O objetivo do artigo é apresentar aos leitores um panorama bastante amplo do processo
de consolidação das fronteiras e dos projetos de integração regional, desde o século XVI até os
dias atuais. Dependendo da extensão do período percorrido, trata-se sobretudo de apresentar
algumas linhas de pensamento para abordar os processos de constituição dos Estados e as
dinâmicas fronteiriças que influenciaram a construção da América do Sul. Como ponto de
partida, partimos de elementos históricos e geopolíticos existentes, à luz da construção dos
nacionalismos sul-americanos. Este exercício é realizado em três etapas:
Na primeira seção deste capítulo, discutimos a formação das fronteiras na América do
Sul, desde a era colonial até o período republicano, no final do século XIX, passando
rapidamente pelas guerras de independência. A segunda seção parte do pós-guerra, em 1945,
período marcado por iniciativas regionais de incentivo ao desenvolvimento do continente,
desde a década de 1950 até meados da década de 1990. Finalmente, a última seção visa
apresentar brevemente questões sociais atuais no sul América, sob o prisma dos temas atuais
(político, comercial e saúde pública).
Breve histórico da formação de fronteiras na América do Sul
O impacto histórico da época colonial (séculos XV-XIX)
O expansionismo marítimo das potências europeias visava a abertura de novas rotas
comerciais, deslocando esforços da região mediterrânica para a atlântica. Isso começou com a
anexação de territórios na África. Através da escravidão, as colônias sul-americanas foram
moldadas pela violência, particularmente nas regiões dominadas pela Coroa espanhola. Num
primeiro momento, a exploração pelos colonizadores ibéricos de recursos primários como a
madeira (pau brasil) ou metais preciosos mostrou-se muito lucrativa (CHAUNU, 2010).
A Igreja foi uma das instituições centrais do projeto colonial ibero-americano. Com
efeito, a catequização em massa pelos jesuítas satisfez as populações indígenas, de forma a
formar uma elite mestiça. Esta se dedicava a atividades econômicas, mas também
administrativas, como o comércio triangular (GUILLERMON, 1992). Por outro lado, é notório
a constituição de elites mestiças locais, que tiveram um papel singular em reproduzir a
colonialidade, articulada na dialética entre saber e poder (QUIJANO, 2005).
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Do ponto de vista da gestão territorial, a América portuguesa optou por constituir um
sistema de capitania hereditária, localizada ao longo das costas do atual Brasil. Estes não foram
capazes de sustentar um comércio florescente por causa das muitas dificuldades. Aos poucos,
os territórios sul-americanos foram se transformando de um local de produção primária em uma
espécie de plataforma para o mercado internacional de escravos entre a África, a Europa e as
Américas (VESPÚCIO, 2003).
A formação dos territórios nas Américas espanhola e portuguesa (mas também no
Escudo das Guianas) foi o resultado de longos e coordenados movimentos das elites europeias
e depois crioulas no sentido de criar as condições ideais para a exploração dos recursos naturais.
No final do século XVIII, a expulsão dos jesuítas pelas coroas portuguesa e espanhola marca o
fim deste ciclo, devido à falta de entusiasmo pelas expedições de demarcação e às dificuldades
encontradas na concretização de projetos expansionistas (HOLANDA, 1989).
O impacto das guerras de independência na formação das fronteiras
Durante o século XIX, a América do Sul viu o surgimento de novos Estados. O
desenvolvimento colonial fortaleceu as economias locais e foi fator de consolidação de
poderosas oligarquias locais por muitos anos. Do ponto de vista geopolítico, é importante notar
que foram assinados tratados para liberalizar o comércio marítimo na América do Sul. Esse foi
particularmente o caso da abertura de portos para empresas inglesas no Brasil (CLIMACO,
2010).
As Guerras Napoleônicas na Europa aceleraram o processo da Guerra da Independência,
espalhando-se como fogo na primeira década do século XIX. No que diz respeito à América
espanhola, nasceram personalidades como José de San Martin ou Simon Bolívar e deixaram
sua marca nesses movimentos. As guerras de independência durarão até 1830, com a
independência do Uruguai, grande aposta geopolítica do Cone Sul (FREGA, 2011).
Estes movimentos de independência ficaram pela rejeição das reivindicações das
correntes unitárias (nomeadamente a polarização das elites), pela centralização do poder pelos
chefes locais e sobretudo pela manutenção de uma sociedade com estruturas econômicas e
sociais particularmente desiguais. Em 1822, o Príncipe Regente Pedro I transferiu a capital do
império para o Rio de Janeiro, o que de fato transformou o Brasil em um estado independente
(ENDERS, 2008).
Diante desse movimento de expansão no Brasil, projetos de aproximação ou integração
das jovens nações independentes passaram a se estruturar em torno da figura de Simón Bolívar
Miguel DHENIN
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(WASSERMAN, 2010). Durante o Congresso do Panamá em 1826, o projeto de unidade
territorial latino-americana foi debatido, mas isso esbarrou nos interesses das elites crioulas que
queriam manter sua influência sobre esses Estados. Assim, os Estados sul-americanos
começaram, no final do século XIX, a adotar modelos republicanos, que puseram fim ao tempo
dos Impérios na América do Sul (CERVO; BUENO, 1992).
O surgimento de jovens repúblicas e a construção de estados nacionais
Os movimentos republicanos na América do Sul foram marcados por grande
instabilidade, com destaque para numerosos golpes de Estado que levaram os militares ao
poder. Foi no início do século XX que as figuras do diplomata e do militar ganharam
importância, a fim de consolidar o interior desses espaços estratégicos (Amazônia no Brasil,
com a importante missão de Rondon ou mesmo a Patagônia no quadro do desenvolvimento da
Argentina). Trata-se de afirmar o papel do Estado nacional nas fronteiras sul-americanas, pouco
ou nada ligado às capitais e centros econômicos. A Primeira Guerra Mundial também foi uma
oportunidade para muitos países, como Brasil e Argentina, reacenderem tensões históricas,
como as ligadas à demarcação de fronteiras nacionais (COMPAGNON, 2013).
Uma das questões importantes da época estava relacionada ao acesso da Bolívia ao mar
e ao conflito com o Paraguai. Podemos ainda citar a negociação da compra do território do
Acre, em 1903. Um diplomata também teve uma importância central no Brasil para a
consolidação territorial. Com efeito, o Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos
Junior foi a base de um árduo trabalho de negociações diplomáticas com os países vizinhos. Ele
habilmente usou arbitragens internacionais para definir as vastas fronteiras do Brasil, seja com
a contestada Guiana Francesa (reconhecida em 1900) ou como já mencionado no oeste do país
com o Acre (BUENO, 2012).
Outros estadistas sul-americanos também terão influência marcante nesse período.
Naquela época, a Guerra do Chaco (1932-1935) entre a Bolívia e o Paraguai teve um impacto
duradouro na América do Sul. Isso está ligado à derrota da Bolívia durante a Guerra do Pacífico,
mas também por causa da descoberta de hidrocarbonetos na região do Gran Chaco. Este
conflito foi particularmente mortal e foi responsável por mais de 200.000 mortes (BANDEIRA,
1998).
Mas a chegada do fascismo à Europa em meados da década de 1930 também marcou as
jovens repúblicas, com importantes escolhas geoestratégicas e alianças com o Eixo (Alemanha
nazista, Itália de Benito Mussolini e Japão imperial) ou relativa neutralidade. Mais uma vez, os
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processos de demarcação de fronteiras foram influenciados pelos acontecimentos da Segunda
Guerra Mundial na Europa entre 1939 e 1945.
Etapas da construção da integração sul-americana: da CEPAL à Unasul (1948-2008)
A questão do desenvolvimento no centro dos debates sobre a integração regional
O processo de integração regional desenvolveu-se em torno de dois movimentos. De um
lado, a tentativa de construção de uma confederação panamericana. Apesar de seu fracasso, a
doutrina panamericana deixou um legado no continente, principalmente com a criação da
Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1948 (SANTOS, 1998). Por outro lado, a
política expansionista brasileira e a crescente abertura comercial formalizaram o nascimento de
dois dos principais blocos regionais da América do Sul: o Mercado Comum do Sul (Mercosul)
e a Comunidade Andina (CAN).
No âmbito da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), o projeto de
integração regional privilegiou a esfera econômica, influenciada pelo pensamento funcionalista,
que favoreceu também a criação das Comunidades Europeias (em 1957, com o Tratado de
Roma). Esse projeto também estava vinculado ao pensamento econômico desenvolvido no
âmbito da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), criada em 1948 (QUENAN;
VELUT, 2011).
O pensamento cepalista foi forjado na industrialização por substituição de importações
e na integração regional como estratégia para o desenvolvimento econômico dos países em
desenvolvimento. A criação do Instituto para a Integração Latino-Americana (IILA) por meio
do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 1966 refletiu a importância dada então
à integração regional. Com a abertura democrática, duas nações se uniram para estabelecer um
projeto de integração mais política (BUENO et al., 2014).
De fato, os presidentes Sarney (Brasil) e Afonsín (Argentina) assinaram a Declaração
do Iguaçu em 1985, que criou uma Comissão Mista Binacional de Alto Nível para acelerar o
processo de integração regional na América do Sul. Na década de 1990, os dois países adotaram
políticas econômicas bastante liberais, consideradas inéditas. Nesse contexto, os dois vizinhos
formaram um mercado comum. A assinatura da Declaração de Buenos Aires, em julho de 1990,
instituiu oficialmente o grupo Mercado Comum, encarregado, como seu nome indica, de
constituir o Mercosul (CAMARGO, 1993).
Miguel DHENIN
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A integração liberal dos anos 1990: o impacto da regionalização no processo de integração
sul-americano
Apesar de sua origem bilateral, Uruguai e depois Paraguai aderiram ao projeto de
integração regional em 1991. A abertura a outros países da região como membros associados
foi decidida pela aceleração da Iniciativa para as Américas, orquestrada pelos Estados Unidos.
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai ratificaram o Tratado de Assunção em 1991, que
aprofundou o comércio, principalmente ao acelerar a liberalização dos mercados do bloco
Mercosul, regimes específicos, salvo-condutos e sistemas de solução de controvérsias
(SEITENFUS, 1992).
Com a entrada em vigor do Protocolo de Ouro Preto (1995), o Mercosul ganhou o status
de organização internacional com personalidade jurídica e marcou definitivamente o ingresso
da América do Sul nos blocos de integração regional do globo (DABÈNE, 1995). Com base em
precedentes históricos, os Estados membros do Mercosul assinaram a Declaração de
Compromisso Democrático em 1996, na qual reafirmaram sua plena adesão aos princípios e
instituições democráticas, ao Estado de direito e ao respeito aos direitos e liberdades humanos.
Em 2002, o Protocolo de Ushuaia ratificou esta decisão histórica (MONTES; ANASTASIA,
2017).
As assimetrias regionais, ligadas ao peso demográfico do Brasil e à crise financeira na
Argentina, dificultaram o florescimento do bloco regional, fator determinante na rejeição à
abertura de um processo mais intenso de integração regional no final da década de 1990. Foi
nessa época que foi concebida a Iniciativa para a Integração Regional Sul-Americana (IIRSA).
Pretendeu-se assim estimular o financiamento de grandes projetos de investimento em torno de
dez grandes áreas. Os temas discutidos são transportes, energia, telecomunicações e reformas
fiscais (DHENIN, 2015).
Influenciada pelas políticas neoliberais, a IIRSA possibilitou a integração das áreas
produtivas industriais e dos recursos naturais com os mercados interno e externo. Para isso,
foram lançadas grandes infraestruturas (como pontes, autoestradas, gasodutos, linhas
ferroviárias e portos) com a chave de muitas parcerias público-privadas. Como parte da Unasul,
a IIRSA se reestruturou a partir de 2008 para formar o Conselho Sul-Americano de
Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan).
No início dos anos 2000, os recém-eleitos e progressistas presidentes Lula e Nestor
Kirchner fortaleceram o processo de integração regional com a criação em 2004 da Comunidade
de Nações Sul-Americanas (CASA), de acordo com a ratificação da Declaração de Cusco. Esta
Consolidação dos estados nacionais Sul-americanos a partir das fronteiras e da integração regional
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se transformou na União de Nações Sul-Americanas (Unasul) cujo objetivo, a partir de 2008,
era reunir politicamente os países em torno de um mesmo projeto de integração, aproveitando
uma espécie de impulso, com governos alinhados ideologicamente (NERY, 2016).
Aqueles que estão mais inclinados ao desenvolvimento de uma política mais
autonomista. Por fim, a Unasul foi criticada por algumas nações do continente, argumentando
que serviria ao Brasil como plataforma diplomática para exercer sua influência junto às grandes
potências. Um dos objetivos declarados pelo presidente Lula foi a reforma do Conselho de
Segurança das Nações Unidas (CSNU), com a chegada do Brasil como membro permanente do
Conselho.
Além do Mercosul e da CAN: modelos alternativos de integração?
Nos últimos anos, observadores têm apontado para um deslocamento relativo da
América do Sul como um subsistema de importância crescente para suas políticas internas e
externas de alto nível, particularmente em relação à América do Norte (aqui está a influência
dos Estados Unidos). De fato, o processo de integração regional tornou-se mais complexo,
notadamente pela fragmentação das alianças econômicas, que são mais pragmáticas. Referimo-
nos aqui à ascensão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA em inglês) e
da Aliança do Pacífico (2011) no início dos anos 2000 (REIS, et al., 2014).
Na América do Sul, meados da década marcou o estabelecimento de estruturas Sul-Sul,
que questionaram e desafiaram as assimetrias do sistema internacional. Com efeito, foi neste
período que se constituíram organizações alternativas ao liberalismo (resposta ao consenso de
Washington), adotando assim um modelo de regionalismo pós-liberal, como a Aliança
Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), a Comunidade dos Estados da América
Latina e Caribe (Celac) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) (BRICEÑO-RUIZ,
2021).
Diante desses movimentos, os Estados Unidos buscaram dificultar a consolidação
dessas iniciativas sub-regionais para a integração da América do Sul. Isso foi demonstrado pela
assinatura da Declaração de Lima em 2011, que deu origem à Aliança do Pacífico, com México,
Chile, Colômbia e Peru como Estados fundadores. Este adotou um modelo de regionalismo
liberal, privilegiando claramente os temas econômicos e comerciais. No entanto, os perfis
divergentes de seus membros não trouxeram os resultados esperados (MALAMUD, 2015).
O processo de integração sul-americano seguiu então duas trajetórias distintas: um
primeiro eixo “Pacífico”, mais liberal e comercial, e um segundo “Atlântico”, que propunha um
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modelo mais intervencionista e autonomista. No segundo caso, a Aliança Bolivariana para os
Povos de Nossa América (ALBA) foi lançada em 2004 por iniciativa de Hugo Chávez, então
presidente da Venezuela. Muitos países do Caribe aderiram. A Alba tinha o objetivo declarado
de formar um bloco político e desenvolver um modelo de integração mais justo, solidário e
menos dependente da pressão dos Estados Unidos (ALTMANN, 2011).
Por sua vez, a Comunidade Andina de Nações (CAN) muito está desarticulada
politicamente. Foi criada em 1973, a partir da reorganização institucional do Pacto Andino. Foi
apenas em 2006 que esses membros fundadores estabeleceram uma área de livre comércio
definida. Seu modelo básico previa uma dimensão supranacional, com a criação do Parlamento
Andino. A influência dos governos mais liberais da Colômbia e do Peru dificultou o surgimento
de uma possível união aduaneira e deu origem a uma simples área de livre intercâmbio
comercial, intercalada com alguns poucos tratados bilaterais que em grande parte favoreceram
relações privilegiadas com os Estados Unidos (BRESSAN; LUCIANO, 2018).
Em 2011, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foi um
passo importante no processo de integração dos Estados da América do Sul e do Caribe. Com
efeito, a Celac serviu essencialmente como um espaço político de consulta e intercâmbio entre
as nações, a fim de reduzir as assimetrias com os Estados Unidos. Alguns analistas apontaram
que a CELAC poderia, de certa forma, substituir ou servir como alternativa a esses países da
OEA, tradicionalmente associados ao seio norte-americano (AUROI, 2009).
Em relação à CELAC, é importante recordar brevemente o papel da Comunidade do
Caribe (ou Caricom) no processo de integração sul-americano. Esse bloco regional foi criado
em 1973 e tem sede em Georgetown, capital do Suriname. Este país está localizado, como sua
vizinha Guiana, geograficamente na América do Sul, mas compartilha relações comerciais
culturais e diplomáticas em grande parte com os estados do Caribe (FARIAS, 2000).
Consequências geopolíticas de um processo de integração em declínio
América do Sul em crise: integração regional enfraquecida com o fim da Unasul?
Com a onda de eleições de governos direitistas/conservadores e liberais, a integração
regional sul-americana foi um ponto de inflexão nesse processo a partir de 2013. De fato, esse
ano marcou a chegada ao poder de Horácio Cartes no Paraguai, seguido sucessivamente por
Mauricio Macri na Argentina em 2015, depois no Peru com a vitória de Pedro Pablo Kuczynski
em 2016, Levín Moreno no Equador em 2017, Ivan Duque no ano seguinte na Colômbia e Luís
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Callé Pou no Uruguai em 2019. Os projetos e governos regionais instituídos na primeira década
dos anos 2000 foram criticados e questionados pelos recém-eleitos governos de direita,
qualificados por eles como corruptos, fruto dos sistemas mafiosos dos antigos governos de
esquerda (GIBLIN, 2018).
Uma das principais decisões desses governos de direita e extrema direita foi a saída
coletiva da Unasul. Orquestrada pela Colômbia em 2016, seguida pela Argentina, Paraguai,
Brasil, Peru e finalmente Equador. Todos esses países se reuniram sob a égide do Chile para
lançar o Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul). Em poucas palavras, não se tratava
de oferecer uma alternativa crível à Unasul, mas sim de preparar uma agenda bastante vaga de
ações em torno de temas relacionados a infraestrutura, energia, saúde ou defesa nacional
(BRASIL, 2019).
Apesar da saída de vários países importantes da Unasul, como mencionado acima, ela
continua existindo, embora suspensa, com a ajuda de Bolívia, Venezuela, Suriname e Guiana.
No entanto, sua influência diplomática e econômica não permite compará-la com a época de
sua criação, em 2008. Por outro lado, podemos também colocar em perspectiva a importância
assumida pelo Mercosul, que foi marginalizado durante a presidência de Bolsonaro, devido à
eleição na Argentina de Alberto Fernández, de tendências progressistas em 2019. O acordo-
quadro com a União Europeia estando no centro das questões relacionadas ao agronegócio e à
proteção da Amazônia, os dois blocos econômicos representam cerca de ¼ do PIB mundial
(PENNAFORTE et al., 2018).
O acordo Mercosul-EU à vista: dois modelos muito diferentes?
O processo de integração sul-americana, como vimos, é marcado por avanços e
retrocessos por questões econômicas, diplomáticas ou comerciais. Nesse sentido, é importante
entender a complexidade dessas questões para olhar brevemente para a assinatura, em junho de
2019, do acordo-quadro entre a União Europeia e o Mercosul. Do ponto de vista empresarial,
este é um passo significativo após décadas de negociações (DROGUE; RAMOS, 2005).
Em suma, e para se ter uma ideia da sua dimensão, é preciso definir até que ponto os
blocos regionais vão conseguir cooperar num mercado que reúne cerca de 800 milhões de
pessoas. Neste acordo, fica estabelecido que as duas partes podem negociar os estatutos legais,
as normas sanitárias e outros aspectos relacionados à propriedade intelectual necessários para
o aprofundamento do comércio entre a Europa e a América do Sul. De qualquer forma, o
acordo-quadro marca um passo significativo para este último, em particular para aumentar suas
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exportações. De fato, o acordo previa que passaríamos de 24 para 90% dos produtos do
Mercosul com tarifa zero de importação para o período 2019-2029 (PENNAFORTE et al.,
2018).
Do lado da União Europeia, o acordo favoreceu, entretanto, até 100 mil milhões de
dólares até 2035 em exportações do bloco. Do ponto de vista dos idealizadores, este acordo visa
aumentar a competitividade internacional, ao colocar em competição direta setores que
frequentemente se beneficiam de leis protecionistas, como foi o caso da Política Agrícola
Comum (PAC). Diante dessa decisão, é compreensível que setores como a agricultura ou o setor
de serviços possam estar insatisfeitos dentro da União Europeia, principalmente em função dos
custos de produção, leis trabalhistas e questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável.
Se corresponde a antigas expectativas de mercados consolidados no Brasil, o acordo UE-
Mercosul também é alvo de críticas, sobretudo diante das políticas ambientais do governo
Bolsonaro. Entendemos que o acordo UE-Mercosul ainda está longe de ser unânime e
certamente levará alguns anos para ser ratificado (MARIANO, et al., 2019).
Fronteiras sul-americanas diante do COVID-19: um dramático custo humano
Além dos acordos de cooperação em comércio exterior, a América do Sul tem sido
vítima, como todas as regiões do globo, do impacto da pandemia do vírus Sars-Cov-2, ou
Covid-19. Do ponto de vista geopolítico, esta crise, de magnitude inigualável, veio evidenciar
as deficiências do continente para lidar com este problema de saúde pública mundial. De fato,
com a chegada dos primeiros casos aos aeroportos, os países sul-americanos fecharam
rapidamente suas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas.
Isso ocorreu de forma caótica, descoordenada ou planejada, criando situações delicadas
para as famílias de turistas ou expatriados que desejam retornar à América do Sul. De certa
forma, a crise da Covid-19 marcou o retorno do realismo político, com aumento da segurança
nas fronteiras. Nisso, as chancelarias têm feito da proteção contra ameaças externas o seu
leitmotiv, não hesitando em ofender os vizinhos e ignorando os acordos diplomáticos
(VENTURA, 2020). A questão da migração internacional tem estado no centro das questões de
saúde pública, mostrando com muita clareza as disparidades entre os países sul-americanos.
Além disso, notou-se a incapacidade dos países do Cone Sul, por exemplo, de encontrar
soluções diplomáticas para os problemas mencionados. Da noite para o dia, milhares de famílias
foram arbitrariamente separadas, os primórdios de crises humanitárias fizeram-se sentir, a
dinâmica fronteiriça mudou completamente, restando apenas mercadorias para transitar entre
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os países. Um dos exemplos de tensões regionais se cristalizou em torno da situação na
Venezuela, principalmente devido às ondas migratórias para a Colômbia e o Brasil. Os governos
destes dois países têm aproveitado esta situação para aumentar as tensões geopolíticas, de forma
a desestabilizar o tão criticado governo de Maduro (JAROCHINSKI-SILVA; BAENINGER,
2021).
Os serviços sociais e de saúde rapidamente mostraram seus limites, e o custo humano
foi catastrófico para a América do Sul. Em junho de 2021, o continente se tornou o epicentro
da pandemia global, com centenas de milhares de novos casos por dia. Um dos motivos foi a
disseminação de políticas de negação da pandemia, seja pelo não uso de máscaras, pela não
proibição de aglomerações públicas ou pelas dificuldades em lançar campanhas efetivas de
vacinação. Em todos os casos, as regiões de fronteira foram particularmente afetadas,
especialmente na Amazônia.
Considerações finais
Como foi evidenciado ao longo do artigo, podemos concluir que a dinâmica regional na
América do Sul resultou da tensão (ou dialética) entre os centros (geo)políticos e as áreas de
fronteiras, inserindo-se nos processos de consolidação interno das nações sul-americanas.
Como resultado, podemos afirmar a resistência histórica, por parte das nações do continente
sul-americano, em aprofundar politicamente o processo de integração regional.
Nos últimos anos, o processo de integração regional na América do Sul enfraqueceu e
as fronteiras das nações se fecharam sobre si mesmas. Como pudemos observar com a pandemia
global de Covid-19, os países da América do Sul não conseguiram articular suas políticas
nacionais de saúde pública e enfraqueceram as relações bilaterais, como foi o caso da Colômbia
com a Venezuela, ou do Brasil com seus vizinhos, com a explosão no número de casos desde
maio de 2020.
Desde 2016, a onda de desinformação, radicalismo ideológico e rejeição às instituições
regionais existentes reforçam a ideia do fim de um ciclo virtuoso de cooperação na América do
Sul. De fato, as ações conjuntas, a cooperação e a união dos povos sul-americanos parecem
fragilizadas, principalmente com o atual cenário de pandemia. A América do Sul, como vimos
neste capítulo, é historicamente vulnerável à dinâmica eleitoral.
As políticas públicas que são implementadas são muitas vezes alteradas ou substituídas
pelo governo que chega ao poder. Os mais conservadores questionam os avanços sociais e/ou
econômicos, não hesitando em rotulá-los de “populistas”. Em poucas palavras, entendemos que
Miguel DHENIN
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as perspectivas de desenvolvimento dos países sul-americanos são limitadas principalmente
pelo peso de políticas vinculadas a governos de direita ou de esquerda, em detrimento de
políticas estatais mais sustentáveis. Isso se aplica na América do Sul também para a cooperação
para a integração regional.
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não se aplica.
Financiamento: Não se aplica.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: O trabalho respeitou a ética de pesquisa. Não passou por comitê de ética.
Disponibilidade de dados e material: Sim.
Contribuições dos autores: O autor principal é o autor de todo o conteúdo do artigo.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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CONSOLIDATION OF SOUTH AMERICAN NATION STATES BASED ON
BORDERS AND REGIONAL INTEGRATION
CONSOLIDAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS SUL-AMERICANOS A PARTIR DAS
FRONTEIRAS E DA INTEGRAÇÃO REGIONAL
CONSOLIDACIÓN DE LOS ESTADOS NACIONALES SUDAMERICANOS SOBRE LA
BASE DE LAS FRONTERAS Y LA INTEGRACIÓN REGIONAL
Miguel DHENIN1
e-mail: miguel.dhenin@gmail.com
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DHENIN, M. Consolidation of South American nation states based
on borders and regional integration. Teoria & Pesquisa: Revista
de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. esp. 3, e023030, 2024. e-
ISSN: 2236-0107. DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32iesp.3.1041
| Submitted: 30/04/2023
| Required revisions: 20/06/2023
| Approved: 11/09/2023
| Published: 20/12/2023
Editors:
Profa. Dra. Simone Diniz
Prof. Dr. Eduardo de Lima Caldas
Profa. Dra. Mércia Kaline Freitas Alves
Dr. Vinícius Silva Alves
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Amapá (UNIFAP), Macapá AP Brazil. Professor of International Relations and the
Postgraduate Program in Border Studies (PPGEF).
Consolidation of South American nation states based on borders and regional integration
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ABSTRACT: The main purpose of this paper is to offer readers a broad overview of the process
of consolidation of South American borders in the light of regional integration, from the
beginning of the 16th century to the present day. To this end, we mobilize conceptual elements
from the field of history and geopolitics to analyze the main developments and lines of thought
used during the construction process of South America. The argument of the article is that the
regional dynamics result from the tension (or dialectic) between the (geo)political centers and
the border areas, inserting itself in the processes of internal consolidation of the South American
nations. As a result, we can affirm the historical resistance, on the part of the nations of the
South American continent, in politically deepening the process of regional integration,
particularly in light of the experience lived during the global pandemic.
KEYWORDS: State. Nation. Border. Integration. South America.
RESUMO: Esse artigo tem como propósito principal oferecer aos leitores um panorama amplo
do processo de consolidação das fronteiras sul-americanas à luz da integração regional, desde
o começo do século XVI até os dias atuais. Para tal, mobilizamos elementos conceituais
oriundos do campo da história e da geopolítica para analisar as principais evoluções e linhas
de pensamento utilizadas durante o processo de construção da América do Sul. O argumento
do artigo é que a dinâmica regional resulta da tensão (ou dialética) entre os centros
(geo)políticos e as áreas de fronteiras, inserindo-se nos processos de consolidação interna das
nações sul-americanas. Como resultado, podemos afirmar a resistência histórica, por parte
das nações do continente sul-americano, em aprofundar politicamente o processo de
integração regional, particularmente à luz da experiência vivenciada durante a pandemia
global.
PALAVRAS-CHAVE: Estado. Nação. Fronteira. Integração. América do Sul.
RESUMEN: El objetivo principal de este artículo es ofrecer a los lectores un panorama amplio
del proceso de consolidación de las fronteras sudamericanas a la luz de la integración regional,
desde principios del siglo XVI hasta la actualidad. Para ello, movilizamos elementos
conceptuales del campo de la historia y la geopolítica para analizar los principales desarrollos
y líneas de pensamiento utilizados durante el proceso de construcción de América del Sur. El
argumento del artículo es que la dinámica regional resulta de la tensión (o dialéctica) entre los
centros (geo)políticos y las zonas fronterizas, insertándose en los procesos de consolidación
interna de las naciones sudamericanas. En consecuencia, podemos afirmar la resistencia
histórica, por parte de las naciones del continente sudamericano, a profundizar políticamente
el proceso de integración regional, particularmente a la luz de la experiencia vivida durante la
pandemia mundial.
PALABRAS CLAVE: Estado. Nación. Frontera. Integración. América del Sur.
Miguel DHENIN
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Introduction
The aim of this article is to give readers a broad overview of the process of consolidating
borders and regional integration projects, from the 16th century to the present day. Depending
on the length of the period covered, it is mainly a question of presenting some lines of thought
to approach the processes of constitution of states and the border dynamics that have influenced
the construction of South America. As a starting point, we take existing historical and
geopolitical elements in the light of the construction of South American nationalisms. This
exercise is carried out in three stages:
In the first section of this chapter, we discuss the formation of borders in South America,
from the colonial era to the republican period at the end of the 19th century, quickly passing
through the wars of independence. The second section starts from the post-war period in 1945,
a period marked by regional initiatives to encourage development on the continent, from the
1950s to the mid-1990s. Finally, the last section aims to briefly present current social issues in
South America, from the perspective of current issues (political, commercial and public health).
A brief history of border formation in South America
The historical impact of the colonial era (15th-19th centuries)
The maritime expansionism of the European powers was aimed at opening up new trade
routes, shifting efforts from the Mediterranean region to the Atlantic. This began with the
annexation of territories in Africa. Through slavery, the South American colonies were shaped
by violence, particularly in the regions dominated by the Spanish Crown. At first, the
exploitation by the Iberian colonizers of primary resources such as wood (brazilwood) or
precious metals proved to be very lucrative (CHAUNU, 2010).
The Church was one of the central institutions of the Ibero-American colonial project.
In fact, mass catechization by the Jesuits satisfied the indigenous populations, forming a
mestizo elite. This elite was dedicated to economic and administrative activities, such as
triangular trade (GUILLERMON, 1992). On the other hand, it is notorious that local mestizo
elites were formed, which played a unique role in reproducing coloniality, articulated in the
dialectic between knowledge and power (QUIJANO, 2005).
From the point of view of territorial management, Portuguese America opted to set up a
system of hereditary captaincies, located along the coasts of present-day Brazil. These were
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unable to sustain a flourishing trade because of the many difficulties. Little by little, the South
American territories were transformed from a place of primary production into a kind of
platform for the international slave market between Africa, Europe and the Americas
(VESPÚCIO, 2003).
The formation of territories in the Spanish and Portuguese Americas (but also in the
Guiana Shield) was the result of long and coordinated movements by European and then Creole
elites to create the ideal conditions for the exploitation of natural resources. At the end of the
18th century, the expulsion of the Jesuits by the Portuguese and Spanish crowns marked the end
of this cycle, due to the lack of enthusiasm for demarcation expeditions and the difficulties
encountered in carrying out expansionist projects (HOLANDA, 1989).
The impact of the wars of independence on border formation
During the 19th century, South America saw the emergence of new states. Colonial
development strengthened local economies and was a factor in the consolidation of powerful
local oligarchies for many years. From a geopolitical point of view, it is important to note that
treaties were signed to liberalize maritime trade in South America. This was particularly the
case with the opening of ports to British companies in Brazil (CLIMACO, 2010).
The Napoleonic Wars in Europe accelerated the process of the War of Independence,
spreading like wildfire in the first decade of the 19th century. In Spanish America, personalities
such as José de San Martin and Simon Bolívar were born and left their mark on these
movements. The wars of independence lasted until 1830, with the independence of Uruguay, a
major geopolitical stake in the Southern Cone (FREGA, 2011).
These independence movements were marked by the rejection of the demands of the
unitary currents (particularly the polarization of the elites), the centralization of power by local
leaders and, above all, the maintenance of a society with particularly unequal economic and
social structures. In 1822, Prince Regent Pedro I transferred the capital of the empire to Rio de
Janeiro, which effectively transformed Brazil into an independent state (ENDERS, 2008).
Faced with this expansion movement in Brazil, projects to bring the young independent
nations closer together or integrate them began to be structured around the figure of Simón
Bolívar (WASSERMAN, 2010). During the Congress of Panama in 1826, the project of Latin
American territorial unity was debated, but this ran up against the interests of the Creole elites
who wanted to maintain their influence over these states. Thus, at the end of the 19th century,
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the South American states began to adopt republican models, which put an end to the time of
empires in South America (CERVO; BUENO, 1992).
The emergence of young republics and the construction of nation states
The republican movements in South America were marked by great instability, with
numerous coups d'état that brought the military to power. It was at the beginning of the 20th
century that the figures of the diplomat and the military gained importance, in order to
consolidate the interior of these strategic spaces (Amazonia in Brazil, with the important
mission of Rondon or even Patagonia in the framework of Argentina's development). It was a
question of affirming the role of the national state on the South American borders, with little or
no connection to the capitals and economic centers. The First World War was also an
opportunity for many countries, such as Brazil and Argentina, to rekindle historical tensions,
such as those linked to the demarcation of national borders (COMPAGNON, 2013).
One of the important issues of the time was Bolivia's access to the sea and the conflict
with Paraguay. We can also mention the negotiation of the purchase of the territory of Acre in
1903. A diplomat also played a key role in Brazil's territorial consolidation. Indeed, the Baron
of Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Junior, was the basis of an arduous work of
diplomatic negotiations with neighboring countries. He skilfully used international arbitration
to define Brazil's vast borders, whether with the contested French Guiana (recognized in 1900)
or as already mentioned in the west of the country with Acre (BUENO, 2012).
Other South American statesmen also had a marked influence on this period. At that
time, the Chaco War (1932-1935) between Bolivia and Paraguay had a lasting impact on South
America. This is linked to Bolivia's defeat during the War of the Pacific, but also because of the
discovery of hydrocarbons in the Gran Chaco region. This conflict was particularly deadly and
was responsible for more than 200,000 deaths (BANDEIRA, 1998).
But the arrival of fascism in Europe in the mid-1930s also marked the young republics,
with important geostrategic choices and alliances with the Axis (Nazi Germany, Benito
Mussolini's Italy and Imperial Japan) or relative neutrality. Once again, border demarcation
processes were influenced by the events of the Second World War in Europe between 1939 and
1945.
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Stages in the construction of South American integration: from ECLAC to Unasur
(1948-2008)
The question of development at the heart of debates on regional integration
The process of regional integration developed around two movements. On the one hand,
there was the attempt to build a Pan-American confederation. Despite its failure, the Pan-
American doctrine left a legacy on the continent, especially with the creation of the
Organization of American States (OAS) in 1948 (SANTOS, 1998). On the other hand, Brazil's
expansionist policy and growing trade openness formalized the birth of two of South America's
main regional blocs: the Southern Common Market (Mercosur) and the Andean Community
(CAN).
Within the framework of the Latin American Free Trade Association (ALALC), the
regional integration project favored the economic sphere, influenced by functionalist thinking,
which also favored the creation of the European Communities (in 1957, with the Treaty of
Rome). This project was also linked to the economic thinking developed within the framework
of the Economic Commission for Latin America (ECLAC), created in 1948 (QUENAN;
VELUT, 2011).
Cepalist thinking was forged around import substitution industrialization and regional
integration as a strategy for the economic development of developing countries. The creation
of the Institute for Latin American Integration (IILA) through the Inter-American Development
Bank (IDB) in 1966 reflected the importance given to regional integration at the time. With the
opening of democracy, two nations joined forces to establish a more political integration project
(BUENO et al., 2014).
In fact, Presidents Sarney (Brazil) and Afonsín (Argentina) signed the Iguazu
Declaration in 1985, which created a High-Level Binational Joint Commission to speed up the
process of regional integration in South America. In the 1990s, both countries adopted very
liberal economic policies, considered unprecedented. In this context, the two neighbors formed
a common market. The signing of the Buenos Aires Declaration in July 1990 officially
established the Common Market Group, which, as its name suggests, was responsible for setting
up Mercosur (CAMARGO, 1993).
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Liberal integration in the 1990s: the impact of regionalization on the South American
integration process
Despite their bilateral origins, Uruguay and then Paraguay joined the regional
integration project in 1991. The opening up to other countries in the region as associate
members was decided by the acceleration of the Initiative for the Americas, orchestrated by the
United States. Brazil, Argentina, Uruguay and Paraguay ratified the Treaty of Asunción in 1991,
which deepened trade, mainly by speeding up the liberalization of the Mercosur bloc's markets,
specific regimes, safe conducts and systems for resolving disputes (SEITENFUS, 1992).
With the entry into force of the Ouro Preto Protocol (1995), Mercosur gained the status
of an international organization with legal personality and definitively marked South America's
entry into the world's regional integration blocs (DABÈNE, 1995). Based on historical
precedents, the Mercosur member states signed the Declaration of Democratic Commitment in
1996, in which they reaffirmed their full adherence to democratic principles and institutions,
the rule of law and respect for human rights and freedoms. In 2002, the Ushuaia Protocol ratified
this historic decision (MONTES; ANASTASIA, 2017).
Regional asymmetries, linked to the demographic weight of Brazil and the financial
crisis in Argentina, made it difficult for the regional bloc to flourish, a determining factor in the
rejection of the opening of a more intense process of regional integration at the end of the 1990s.
It was at this time that the Initiative for South American Regional Integration (IIRSA) was
conceived. The aim was to stimulate the financing of major investment projects in ten major
areas. The topics discussed are transportation, energy, telecommunications and tax reforms
(DHENIN, 2015).
Influenced by neoliberal policies, IIRSA made it possible to integrate industrial
production areas and natural resources with domestic and foreign markets. To this end, major
infrastructures (such as bridges, highways, gas pipelines, railway lines and ports) were launched
with the help of many public-private partnerships. As part of Unasur, IIRSA was restructured
in 2008 to form the South American Infrastructure and Planning Council (Cosiplan).
In the early 2000s, the newly elected and progressive presidents Lula and Nestor
Kirchner strengthened the regional integration process with the creation of the Community of
South American Nations (CASA) in 2004, in accordance with the ratification of the Cusco
Declaration. This became the Union of South American Nations (Unasur) whose aim, from
2008, was to bring the countries together politically around the same integration project, taking
advantage of a kind of momentum, with ideologically aligned governments (NERY, 2016).
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Those who are more inclined to develop a more autonomist policy. Finally, Unasur has
been criticized by some nations on the continent, arguing that it would serve Brazil as a
diplomatic platform to exert its influence with the great powers. One of President Lula's stated
objectives was the reform of the United Nations Security Council (UNSC), with the arrival of
Brazil as a permanent member of the Council.
Beyond Mercosur and the CAN: alternative integration models?
In recent years, observers have pointed to a relative displacement of South America as
a subsystem of growing importance for its high-level domestic and foreign policies, particularly
in relation to North America (here lies the influence of the United States). In fact, the process
of regional integration has become more complex, notably due to the fragmentation of
economic alliances, which are more pragmatic. We are referring here to the rise of the North
American Free Trade Agreement (NAFTA) and the Pacific Alliance (2011) in the early 2000s
(REIS, et al., 2014).
In South America, the middle of the decade marked the establishment of South-South
structures that questioned and challenged the asymmetries of the international system. Indeed,
it was during this period that alternative organizations to liberalism (a response to the
Washington consensus) were formed, thus adopting a model of post-liberal regionalism, such
as the Bolivarian Alliance for the Peoples of Our America (ALBA), the Community of Latin
American and Caribbean States (Celac) and the Union of South American Nations (Unasur)
(BRICEÑO-RUIZ, 2021).
Faced with these movements, the United States has sought to hinder the consolidation
of these sub-regional initiatives for the integration of South America. This was demonstrated
by the signing of the Lima Declaration in 2011, which gave rise to the Pacific Alliance, with
Mexico, Chile, Colombia and Peru as the founding states. This adopted a model of liberal
regionalism, clearly favoring economic and trade issues. However, the divergent profiles of its
members did not bring the expected results (MALAMUD, 2015).
The South American integration process then followed two distinct trajectories: a first
"Pacific" axis, which was more liberal and commercial, and a second "Atlantic" axis, which
proposed a more interventionist and autonomist model. In the second case, the Bolivarian
Alliance for the Peoples of Our America (ALBA) was launched in 2004 on the initiative of
Hugo Chávez, then president of Venezuela. Many Caribbean countries joined. ALBA's declared
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aim was to form a political bloc and develop an integration model that was fairer, showed more
solidarity and was less dependent on pressure from the United States (ALTMANN, 2011).
For its part, the Andean Community of Nations (CAN) has long been politically
disjointed. It was created in 1973 from the institutional reorganization of the Andean Pact. It
was only in 2006 that these founding members established a defined free trade area. Its basic
model provided for a supranational dimension, with the creation of the Andean Parliament. The
influence of the more liberal governments of Colombia and Peru hindered the emergence of a
possible customs union and gave rise to a simple free trade area, interspersed with a few bilateral
treaties that largely favored privileged relations with the United States (BRESSAN; LUCIANO,
2018).
In 2011, the Community of Latin American and Caribbean States (CELAC) was an
important step in the integration process of South American and Caribbean states. Indeed,
CELAC has essentially served as a political space for consultation and exchange between
nations in order to reduce asymmetries with the United States. Some analysts have pointed out
that CELAC could, in a way, replace or serve as an alternative to those OAS countries
traditionally associated with the US (AUROI, 2009).
With regard to CELAC, it is important to briefly recall the role of the Caribbean
Community (or Caricom) in the South American integration process. This regional bloc was
created in 1973 and is based in Georgetown, the capital of Suriname. This country is located,
like its neighbor Guyana, geographically in South America, but shares cultural and diplomatic
trade relations to a large extent with the Caribbean states (FARIAS, 2000).
Geopolitical consequences of a declining integration process
South America in crisis: regional integration weakened by the end of Unasur?
With the wave of elections of right-wing/conservative and liberal governments, South
American regional integration was a turning point in this process from 2013 onwards. In fact,
that year marked the coming to power of Horacio Cartes in Paraguay, followed successively by
Mauricio Macri in Argentina in 2015, then Peru with the victory of Pedro Pablo Kuczynski in
2016, Levín Moreno in Ecuador in 2017, Ivan Duque the following year in Colombia and Luís
Callé Pou in Uruguay in 2019. The regional projects and governments set up in the first decade
of the 2000s were criticized and questioned by the newly elected right-wing governments, who
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described them as corrupt, the fruit of the mafia systems of the former left-wing governments
(GIBLIN, 2018).
One of the main decisions of these right-wing and far-right governments was to
collectively leave Unasur. This was orchestrated by Colombia in 2016, followed by Argentina,
Paraguay, Brazil, Peru and finally Ecuador. All these countries came together under the aegis
of Chile to launch the Forum for the Progress of South America (Prosur). In short, it was not a
question of offering a credible alternative to Unasur, but rather of preparing a rather vague
agenda of actions around issues related to infrastructure, energy, health or national defense
(BRASIL, 2019).
Despite the departure of several important countries from Unasur, as mentioned above,
it continues to exist, albeit suspended, with the help of Bolivia, Venezuela, Suriname and
Guyana. However, its diplomatic and economic influence cannot be compared to when it was
created in 2008. On the other hand, we can also put into perspective the importance assumed
by Mercosur, which has been marginalized during Bolsonaro's presidency, due to the election
in Argentina of Alberto Fernández, of progressive tendencies in 2019. The framework
agreement with the European Union being at the center of issues related to agribusiness and the
protection of the Amazon, the two economic blocs represent around ¼ of the world's GDP.
(PENNAFORTE et al., 2018).
The Mercosur-EU agreement in sight: two very different models?
The South American integration process, as we have seen, is marked by advances and
setbacks due to economic, diplomatic or trade issues. In this sense, it is important to understand
the complexity of these issues in order to look briefly at the signing, in June 2019, of the
framework agreement between the European Union and Mercosur. From a business point of
view, this is a significant step forward after decades of negotiations (DROGUE; RAMOS,
2005).
In short, to get an idea of its size, it is necessary to define the extent to which the regional
blocs will be able to cooperate in a market that brings together around 800 million people. In
this agreement, it is established that the two parties can negotiate the legal statutes, health
standards and other aspects related to intellectual property necessary to deepen trade between
Europe and South America. In any case, the framework agreement marks a significant step for
the latter, in particular to increase its exports. In fact, the agreement provided that we would go
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from 24 to 90% of Mercosur products with zero import tariffs for the period 2019-2029
(PENNAFORTE et al., 2018).
On the European Union's side, the agreement has favored up to 100 billion dollars in
exports from the bloc by 2035. From the point of view of its creators, this agreement aims to
increase international competitiveness by putting into direct competition sectors that often
benefit from protectionist laws, as was the case with the Common Agricultural Policy (CAP).
Given this decision, it is understandable that sectors such as agriculture or the service sector
may be dissatisfied within the European Union, mainly due to production costs, labor laws and
issues related to sustainable development. While the EU-Mercosur agreement meets the long-
standing expectations of consolidated markets in Brazil, it is also the target of criticism,
especially in light of the Bolsonaro government's environmental policies. We understand that
the EU-Mercosur agreement is still far from unanimous and will certainly take a few years to
be ratified (MARIANO, et al., 2019).
South American borders in the face of COVID-19: a dramatic human cost
In addition to foreign trade cooperation agreements, South America, like all regions of
the world, has been a victim of the impact of the Sars-Cov-2 or Covid-19 virus pandemic. From
a geopolitical point of view, this crisis of unparalleled magnitude has highlighted the continent's
shortcomings in dealing with this global public health problem. When the first cases reached
airports, South American countries quickly closed their land, sea and air borders.
This has happened in a chaotic, uncoordinated or planned way, creating delicate
situations for tourist or expatriate families wishing to return to South America. In a way, the
Covid-19 crisis has marked a return to political realism, with increased border security. In this,
the foreign ministries have made protection against external threats their leitmotif, not hesitating
to offend neighbors and ignoring diplomatic agreements (VENTURA, 2020). The issue of
international migration has been at the center of public health issues, showing very clearly the
disparities between South American countries.
In addition, the inability of the Southern Cone countries to find diplomatic solutions to
the problems mentioned has been noted. Overnight, thousands of families were arbitrarily
separated, the beginnings of humanitarian crises were felt, border dynamics changed
completely, and only goods were left to transit between the countries. One example of regional
tensions has crystallized around the situation in Venezuela, mainly due to the waves of migrants
to Colombia and Brazil. The governments of these two countries have taken advantage of this
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situation to increase geopolitical tensions in order to destabilize the much-criticized Maduro
government (JAROCHINSKI-SILVA; BAENINGER, 2021).
Health and social services quickly showed their limits, and the human cost was
catastrophic for South America. In June 2021, the continent became the epicenter of the global
pandemic, with hundreds of thousands of new cases a day. One of the reasons was the spread
of policies to deny the pandemic, whether by not wearing masks, not banning public gatherings
or the difficulties in launching effective vaccination campaigns. In all cases, border regions
have been particularly affected, especially in the Amazon.
Final considerations
As we have seen throughout this article, we can conclude that the regional dynamic in
South America has resulted from the tension (or dialectic) between the (geo)political centers
and the border areas, as part of the internal consolidation processes of the South American
nations. As a result, we can affirm the historical resistance on the part of the nations of the South
American continent to politically deepening the process of regional integration.
In recent years, the process of regional integration in South America has weakened and
the borders of nations have closed in on themselves. As we have seen with the global Covid-19
pandemic, the countries of South America have been unable to articulate their national public
health policies and have weakened bilateral relations, as has been the case with Colombia with
Venezuela, or Brazil with its neighbors, with the explosion in the number of cases since May
2020.
Since 2016, the wave of disinformation, ideological radicalism and rejection of existing
regional institutions has reinforced the idea of the end of a virtuous cycle of cooperation in
South America. In fact, joint actions, cooperation and the union of the South American peoples
seem to be weakened, especially with the current pandemic scenario. As we have seen in this
chapter, South America is historically vulnerable to electoral dynamics.
The public policies that are implemented are often altered or replaced by the government
that comes to power. The more conservative question the social and/or economic advances, not
hesitating to label them "populist". In short, we understand that the development prospects of
South American countries are limited mainly by the weight of policies linked to right-wing or
left-wing governments, to the detriment of more sustainable state policies. This also applies to
cooperation for regional integration in South America.
Miguel DHENIN
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